9. A realização do exame físico na PG-SGA© é obrigatória?

9. A realização do exame físico na PG-SGA© é obrigatória?

A execução do exame físico não é obrigatória, mas é importante. O exame físico é essencial para determinar a Categoria da PG-SGA, porque a Categoria da PG-SGA baseia-se nas Caixas 1-4 da versão em papel da PG-SGA© (também conhecida como PG-SGA Short Form©, que é equivalente à componente do Doente na app Pt-Global© (Doente, Peso, Ingestão Alimentar, Sintomas, Atividade).  Para pontuar a PG-SGA numérica é importante notar que a maioria (geralmente 80-90%) da pontuação total da PG-SGA numérica se baseia nos aspetos gerados pelo doente (PG-SGA Short Form©).

Para além disso, é importante observar que a massa e o tónus muscular, o défice de gordura, e o estado dos fluidos só necessitam de ser avaliados globalmente. As localizações do corpo descritas na Ficha 4 apenas pretendem ajudar no exame físico global. Além disso, a pontuação total do exame físico é de apenas 3 pontos – razão pela qual mesmo que não exista a certeza relativamente a se o défice é moderado vs. grave ou ligeiro vs. moderado, a diferença seria de 1 ponto. Muitos consideram que isto diminui alguma da intimidação sentida ao fazer um exame físico.

A apreciação de componentes do exame físico pode fornecer reflexões adicionais. A título de exemplo, a distribuição da perda de massa muscular pode ser importante. Se o doente passa a maior parte do seu tempo na cama ou numa cadeira, a perda muscular observada abaixo da cintura pode resultar de uma combinação de atrofia por falta de exercício e má nutrição, enquanto que aquela acima da cintura tende a estar mais proeminentemente relacionada com a má nutrição. Para além disso, e embora não seja especificamente parte da PG-SGA©, quando se está a examinar o doente, existem marcadores relacionados com deficiências nutricionais específicas que também podem ser contemplados, como por exemplo dermatite escamosa por deficiência de zinco (e má cicatrização das feridas) nos doentes com alto volume de perdas crónicas de volume GI ou dermatites escamosas por deficiência de ácidos gordos essenciais em doentes cujo clínico falhou de forma crónica ao não incluir lípidos na sua nutrição parentérica.